O CATOLICISMO
À LUZ DA BÍBLIA
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“Mas o
Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela
hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência
cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos
que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e
que conhecem bem a verdade.” (1 Tm 4.1-3 )
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A palavra católico vem do grego katholikos, que quer dizer “universal”. No nome catolicismo romano já observamos uma
contradição. Lorraine Boetner, em seu livro “Catolicismo Romano”, cita o Dr.
John Gerstner que escreveu: “...rigorosamente falando, católica romana é uma contradição de termos. Católico significa
universal; romano significa particular”.
Quero, neste estudo, analisar as principais
doutrinas católicas com as Escrituras e mostrar a total incompatibilidade que
existe entre a fé dos evangélicos e a fé dos católicos. O profeta Amós
perguntou: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3) Não
estou pregando a intolerância religiosa, o respeito pelo próximo é uma marca
cristã, o direito a escolha religiosa é um direito inegociável. Refiro-me a
tentativa ecumênica de unir evangélicos e católicos numa só igreja. Um artigo
na Internet divulgou que “João Paulo II vem manifestando interesse em
aproximar-se de judeus e evangélicos”. A proposta ecumênica dos católicos é de
mão única. Estes estão interessados que os evangélicos, por exemplo, aceitem o
Papa como cabeça da igreja e muito mais. A meta do ecumenismo é a união de
todas as igrejas em uma só Igreja Mundial. É impossível aceitar essa proposta
sem abrir mão daquilo que é básico em nossa fé. Sabemos, pelas Escrituras, que
o Anticristo virá sobre as asas do ecumenismo se colocando como líder religioso
mundial dizendo ser o Cristo.
PEQUENO
HISTÓRICO
A igreja católica, que conhecemos hoje, é o
resultado de alterações feitas à partir da igreja primitiva. Segundo Aurélio,
“...o catolicismo romano é a religião que reconhece o Papa como autoridade
máxima, que se expande por meio de sacramentos, que venera a virgem Maria e os
santos, que aceita os dogmas como verdades incontestáveis e fundamentais e que
tem como ato litúrgico mais importante a missa”. O que essa igreja tem em comum
com a igreja primitiva? Nada!
Durante os primeiros séculos cristãos ocorreram
muitas perseguições, isto cooperou para que a igreja se mantivesse fiel as
Escrituras. Este período é chamado de era patrística, ou era dos pais da
igreja. Halley fala de Policarpo (69-156 d.C.), discípulo de apóstolo João que
foi queimado vivo por se recusar a amaldiçoar a Cristo. Policarpo falou:
“oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem, como
podia eu, agora, amaldiçoá-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?”
A corrupção no cristianismo começou já em meados do
século III, onde houve o primeiro rompimento sério dos cristãos, por causa da
introdução dos batismos de crianças. O rompimento foi chamado de
“desfraternização”. No século IV, Constantino ascendeu ao posto de Imperador.
Este apoiou o cristianismo e fez o mesmo religião oficial do Império Romano.
Assim sendo, muitos ímpios se tornaram cristãos por motivos políticos e
escusos. Constantino convocou em 325 d.C. o Concílio de Nicéia onde surgiu o
catolicismo romano influenciado por doutrinas pagãs. Como pôde haver essa
junção entre o cristianismo e Roma? Roma que sempre foi centro de idolatria em
que seus imperadores eram considerados deuses. Alcides Peres conta que em 326
d.C., um ano depois do Concílio, Constantino vai a Roma para celebrar o
vigésimo ano de seu reinado. Por intriga palaciana, manda prender seu filho
Crispo, que é logo julgado, condenado e morto pelo próprio pai... Foi esse
homem que deu origem a esta junção do catolicismo com o romanismo.
Muitas doutrinas estranhas continuaram a penetrar no
catolicismo romano. Fazendo que cada vez mais a igreja católica se distanciasse
de sua origem. Citarei alguns exemplos dando datas aproximadas.
A oração pelos mortos começou a ser aceita por volta
de 300 d.C. O começo da exaltação a Maria onde o termo “mãe de Deus” surgiu
pela primeira vez em 431 d.C. A doutrina do purgatório em 593 d.C. A adoração
da cruz, imagens e relíquias em 786 d.C. A canonização dos santos mortos em 995
d.C. O celibato do sacerdócio em 1079 d.C. E assim em diante...
No século XVI ocorreu a tão conhecida reforma
protestante que é sempre lembrada no dia 31 de outubro por ser a data que
Lutero em 1517 d.C. colocou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de
Wittenberg. Essas teses combatiam principalmente a compra de indulgências.
Segundo Earle E. Cairns: “A indulgência era um documento que se adquiria por
uma importância em dinheiro e que livrava aquele que a comprasse da pena do
pecado.” O pecador deveria arrependendo-se, confessar o seu pecado ao
sacerdote, e ainda pagar uma certa quantia para assim obter o perdão, tratando
desta forma o sacrifício na cruz como nada. Lutero combateu isto com veemência
baseando-se em Romanos 1:17, ensinando que só a fé em Cristo justifica. Com a
reforma a Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Antes a Bíblia era negada
ao povo sob a desculpa que só o sacerdote podia interpretá-la corretamente. A
supremacia da Bíblia em todas as questões de fé e prática foi enfatizada (sola scriptura) assim combatendo a idéia
que a tradição e as interpretações dos clérigos teriam o mesmo valor que as
Escrituras.
Lorraine Boettiner escreveu: “O protestantismo como
surgiu no século dezesseis não foi o começo de alguma coisa nova, mas o retorno
ao cristianismo bíblico e à simplicidade da igreja apostólica da qual a igreja
católica se afastou há muito tempo.”
A autoridade
das Escrituras
Para começo de conversa é bom falarmos sobre a autoridade
da Bíblia segundo o catolicismo. Segundo o catolicismo existem três grandes
autoridades para o ensino: a tradição da
igreja, o magistério e as Escrituras Sagradas. Para eles a Bíblia sozinha
não é suficiente. Raimundo F. de Oliveira cita o Padre Benhard que em 1929
escreveu: “A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no séc. XVI,
porque sem a interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da
Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros que constituem
as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os
originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por
um intérprete divino... Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós,
somente por meio da tradição divina.”
“Porque eu testifico a todo
aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes
acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas
neste livro; e se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus
tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas
neste livro.” (Ap. 22.18 e 19)
Conforme temos visto, para o catolicismo romano, a
Bíblia não é a única regra de fé. A revelação, segundo eles, está apoiada no
seguinte tripé: as escrituras, a
tradição da Igreja e o magistério. Ainda tiram da Bíblia o valor de ser a
autoridade final. Observe a declaração do catecismo de 1994: “O ofício de
interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida (tradição)
foi confiado unicamente ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce
em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de
Pedro, o bispo de Roma.” Ou seja, para os católicos, a interpretação dos
magistrados é superior as Escrituras Sagradas. Paulo nos advertiu: “Mas ainda a
que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já
tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). E em Rm 3.4 está escrito “...sempre
seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso.”
Além desse tripé errôneo, existe o fato da Igreja
Católica possuir livros apócrifos em
sua Bíblia. A palavra “apócrifo” vem do grego apokrupha que significa “coisas ocultas”. Porém com o decorrer do
tempo foi adquirindo o significado de “espúrio” e “não-puro”. Os livros
apócrifos estão inseridos no Velho Testamento fazendo que o Velho Testamento
deles tenham 46 livros enquanto o nosso têm 39 livros. Os apócrifos são:
Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis
capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de
Daniel. Foi no Concílio de Trento em 15 de abril de 1546, em sua quarta sessão
que a Igreja Católica declarou estes livros sagrados.
Quero dar quatro razões para não aceitarmos esses
livros como inspirados por Deus.
1ª) Esses livros não estão no cânon hebraico. A
palavra “cânon” significa literalmente “cana” ou “vara de medir”. Esta palavra,
com o tempo, passou a classificar os livros que são considerados genuínos e
inspirados por Deus. Sendo assim os hebreus consideram os livros apócrifos como
não inspirados por Deus.
2ª) Não há no Novo Testamento nenhuma citação desses
livros. Jesus e os apóstolos não citaram uma vez sequer um trecho incluído
nesses livros. Assim mostrando que não eram considerados genuínos por Cristo ou
pelos apóstolos.
3ª) Doutrinas contrárias as escrituras são baseadas
nesses livros, tais como: a intercessão pelos mortos, a intercessão dos santos,
a salvação pelas obras, etc.
4ª) Os católicos não foram unânimes quanto a
inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal
quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita
o seguinte: “O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um
livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota,
exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi
aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam
certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados,
onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?”
Salvação
Como o Catolicismo Romano vê a salvação? Adolfo
Robleto (in: O Catolicismo Romano) destaca: “Na Igreja Católica, no entanto, o
tema da salvação não ocupa um lugar proeminente. Os esforços se encaminham para
o sentido de que o povo católico, não falte à igreja e faça obras de caridade.”
Segundo o catolicismo a salvação é adquirida de três formas básicas: 1ª) graça de Deus, 2ª) fé e obras e 3ª) a igreja e seus sacramentos.
1ª) Graça de
Deus – A palavra graça significa favor imerecido e gratuito. É algo
concedido por Deus de forma gratuita sem qualquer mérito humano. “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não
vem das obras para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8 e 9). Por sua vez, a Igreja
Católica não vê a graça como um favor gratuito e imerecido. O fiel para receber
a graça de Deus precisa ser ligado a Igreja Católica e participar dos
sacramentos, sendo só desta forma que Ele pode receber a graça de Deus. Caso
não receba a graça, o fiel não poderá ser salvo. Mas as Escrituras deixam bem
claro que sendo a salvação pela graça, não pode ser ao mesmo tempo pelas obras.
“E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é
graça.” (Rm 11.6).
2ª) Fé e
obras – Segundo o catolicismo a fé em Cristo não é suficiente para se
adquirir a salvação. É necessário também realizar caridades, esmolas e
participar dos sacramentos. No Concílio de Trento (1546-1563) saiu o seguinte
decreto: “Se alguém disser que a fé é justificadora não é nada mais que
confiança na misericórdia divina que cancela o pecado em nome de Cristo
somente; ou que esta confiança sozinha basta para sermos justificados, que seja
anátema.” O catolicismo chama de maldito aquele que crê que a fé em Cristo
sozinha é suficiente para justificá-lo diante de Deus. Mas nas Escrituras está
escrito: “Sendo pois justificados pela fé, tenhamos paz com Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo.” Cristo pouco antes de morrer na cruz disse: “...está tudo
consumado”. Mostrando assim que o homem não precisaria fazer mais nada para
adquirir a salvação. Pois Ele “veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc
19.10).
A salvação não pode ser comprada pelas obras
humanas. “Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que seja recompensado?” (Rm
11.35). Quem crê na salvação pela fé em obras está dizendo que Cristo morreu em
vão (Gl 2.21).
Adolfo Robleto escreveu: Qual é então a relação
entre a fé e as obras? É a seguinte: a fé é a raiz; as obras são o fruto. A fé
nos justifica para com Deus; as obras evidenciam essa fé diante dos homens.
Deus vê o coração; os homens vêem as obras da fé no viver. Fazemos boas obras
depois que cremos que somos salvos, e não antes da fé para sermos salvos. Em
conclusão: as obras não produzem a salvação, mas, sim, são um resultado um
resultado dela.” Veja Ef 2.10.
3ª) A igreja
e seus sacramentos – No catecismo de 1994 está escrito: “Toda salvação vem
de Cristo–cabeça, através da igreja, a qual é o seu corpo; apoiado na Sagrada
Escritura e na tradição (o Concílio) ensina que esta igreja, agora peregrina na
terra, é necessária a salvação... por isso não podem salvar-se, aqueles que,
sabendo que a igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo,
como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou
perseverar.”
Nas Escrituras não há nenhuma indicação que alguém
deve entrar numa igreja para obter salvação. A salvação só é por meio de Cristo
(At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; I Ts 5.9 etc.). Depois de salvo
o cristão deve se ligar a uma igreja realmente cristã para ter comunhão com
seus irmãos em Cristo (Hb 10.25, I Jo 1.5-7 e I Jo 4.20 e 21).
A palavra sacramento vem do latim sacramentum que antigamente tinha dois
significados básicos:
1.º) Algo que era separado para um propósito sagrado
2.º) Era um juramento que o soldado fazia ao
Imperador de Roma ao ingressar no exército. No século V, Agostinho começou a
elaborar as doutrinas dos sacramentos, que ele definiu como “a forma visível de
um graça invisível” (signum visible de
gratia invisible). Só no ano de 1439, no Concílio de Florença, foi que os
sete sacramentos foram oficializados pelo catolicismo. Sendo os sete
sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência,
eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, “a Igreja afirma que
para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação.” Os
sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos
crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. Mas em Rm 3.20 está escrito:
“Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras...”
Ao criar esta doutrina o catolicismo forma uma
espécie de salvação sacerdotal, pois os sacramentos só podem ser ministrados
pelos “sacerdotes” católicos. Transformando os sacerdotes católicos em
mediadores entre Deus e os homens. O que é uma tremenda heresia: “Porque há um
só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”
Analisaremos brevemente cada sacramento.
Batismo
Os católicos crêem que o batismo é necessário a
salvação, que sem o batismo a pessoa está condenada ao inferno. No concílio de
Trento foi decretado: “As crianças se não forem regeneradas para Deus através
da graça do batismo, quer seus pais sejam cristãos ou infiéis, nascem para
miséria e perdição eternas.” Quão terrível é esta doutrina! Já nós,
evangélicos, cremos que estando a criança na fase da inocência vindo falecer
esta irá para o céu. “Por que dos tais é o reino dos céus.” (Mt 19.14). O
batismo é para quem crê. Enquanto a criança não tiver como decidir sobre a sua
fé em Cristo, esta não pode ser batizada. A afirmação que o batismo salva é
totalmente equivocada. O batismo é para os salvos e só a ausência de fé em
Cristo é que condena. “Quem crer e for batizado será salvo, quem não crê será
condenado.” (Mc 16.16)
Crisma ou
Confirmação
Segundo eles, é um ato de aprofundamento em Cristo
para todos aqueles que já foram batizados. No catecismo de 1994 está escrito:
“a confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito
Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina; incorporar-nos
mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a
Igreja...” Preste atenção! Segundo eles, este sacramento concede o Espírito
Santo. Por isto no crisma o bispo impõe suas mãos sobre a cabeça da pessoa com
o propósito de transmitir o Espírito Santo. Não existem nenhum ritual, nas
Escrituras, que aprofunde alguém espiritualmente. A filiação divina não é
aprofundada por um ritual mas é conseguida plenamente no momento em que se crê
em Cristo. É o que está escrito em João 1.12: “Mas a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome.” E
é neste momento que recebemos o Espírito Santo. “Pois todos nós fomos batizados
em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres e todos temos bebidos de um Espírito.”
Penitência
Segundo o catolicismo é a maneira de remover a
penalidade dos pecados cometidos depois do batismo e crisma. O padre depois de
ouvir a confissão dos pecados recomenda aos fiéis penitências como: orações,
ofertas, ajuda ao próximo ou algum tipo de privação. No catecismo de 1994 está
escrito: “A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens que
ele causou. Liberto do pecado, o pecador deve ainda recobrar a plena saúde
espiritual. Deve, portanto, fazer alguma coisa mais para reparar seus pecados;
deve satisfazer de modo apropriado ou expiar seus pecados. Esta satisfação
chama-se também penitência.” Esta doutrina é uma verdadeira aberração. O
sacrifício de cristo é único e suficiente (Hb 10.12).
Eucaristia ou
missa
Lorraine Boetner cita o catecismo de Nova York que
diz o seguinte:
“Jesus Cristo nos deu o
sacrifício na cruz da missa para que a sua Igreja tenha um sacrifício visível
que prolongue o Seu sacrifício na cruz até o fim dos tempos. A missa é o mesmo
sacrifício que o sacrifício da cruz.
A santa comunhão é
participar do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob a aparência de pão e
vinho”.
Vemos que para os católicos a eucaristia ou missa é
onde Cristo volta a ser crucificado para que os benefícios da cruz se apliquem
continuamente aos seus participantes. Na epístola aos Hebreus capítulo 9 vemos
Jesus sendo comparado aos sacerdotes no templo. Porém o autor mostra que Cristo
é superior aos sacerdotes, sendo Ele o Sumo Sacerdote perfeito que ofereceu-se
uma vez.
Observe:
Observe:
“Nem também para si mesmo
oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com
sangue alheio. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer desde a fundação do
mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar
o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez
para tirar os pecados de muitos...” (Hb 9.25-28).
No versículo 12 afirma que entrou “uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” A redenção é eterna então não
há necessidade de rituais para que a redenção continue.
Ensina a teologia católica a transubstanciação (alteração de substância) durante a eucaristia.
Após a consagração dos elementos, pão e vinho, e a recita feita pelo padre das
palavras de Cristo, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”, o pão se
transforma na carne de Cristo e o vinho no sangue de Cristo. Esquecem os
católicos que Jesus Cristo, em pessoa, institui a ceia do Senhor e pronunciou
as palavras: “isto é o meu corpo e o meu sangue.” Se a transubstanciação fosse
verdadeira, Cristo teria comido a sua própria carne e bebido do seu próprio
sangue. Isso seria impossível, pois Cristo estava em pessoa celebrando a ceia e
seria um absurdo comer o próprio corpo e beber do próprio sangue. Cristo foi
bem claro “fazei isto em memória de mim”. Se é “em memória” é forçoso admitir
que Cristo não estava presente nos elementos: pão e vinho. (Lc 22.19 e 20).
Paulo ao instruir sobre a ceia do Senhor chamou o
pão de pão e vinho de vinho. Note bem: “Porque todas as vezes que comerdes este
pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Co
11.26). E ainda, em algumas passagens da Bíblia vemos a ceia do Senhor sendo
chamada de “o partir do pão” e não o partir do corpo (At 2. 46). Os católicos
costumam usar como base bíblica para a eucaristia, as seguintes palavras de
Cristo: “Porque a minha carne verdadeiramente é comida e o meu sangue
verdadeiramente é bebida” (Jo 6.55). É claro que Cristo falou estas palavras no
sentido figurado, ou será, que Cristo pregou o canibalismo. Mas os católicos,
ainda insistem, pois Cristo falou “verdadeiramente”. Como Cristo também falou:
“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o lavrador.” (Jo 15.1) Cristo é uma
planta? Não. Fica evidente que Ele usou o sentido figurado como usou em Jo
6.55. O capítulo 6 de João é o registro da multiplicação de pães. A multidão
começou a seguir a Jesus por causa do pão terreno. Mas Cristo queria lhes
oferecer o pão espiritual: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá
fome; e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6.35). É claro que Jesus falou no
sentido espiritual como também falou em Jo 6.55.
Os católicos ainda crêem que ao participar da
eucaristia os fiéis têm a purificação dos pecados presentes, preservação dos
pecados futuros e ainda ajudam os mortos. No catecismo de 1994 está escrito: “O
sacrifício eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos que morreram em
Cristo e não estão ainda plenamente purificados, para que possam entrar na luz
e na paz de Cristo.” As Escrituras são claras ao dizer que todos os pecados são
removidos através do sangue de Cristo (veja I Jo 1.7 e Ap 1.5.)
Matrimônio
Sem dúvida alguma, Deus institui o casamento, sendo
este a primeira instituição divina, quando uniu Adão e Eva (Gn 2.23 e 24). Uma
coisa é considerar o casamento uma instituição divina. Outra coisa, totalmente
diferente, é considerar o casamento como sacramento (meio de graça). Os
católicos crêem que quando seus “sacerdotes” realizam seus casamentos, a graça
de Deus vem através dos mesmos.
Com este tipo de pensamento, os católicos só
consideram os casamentos realizados pelos seus sacerdotes. O erro de considerar
o casamento como um sacramento se deu por um erro de tradução da Vulgata (versão latina das Escrituras,
traduzida por Jerônimo) que traduziu Efésios 5.32 como “Este é um grande
sacramento” enquanto a tradução correta é “Este é um grande mistério”. Sabemos
que a Igreja Católica costuma cobrar uma taxa para realizar casamentos.
Unção dos
enfermos ou extrema unção
Segundo o catolicismo, é um meio de conferir graças
aos enfermos, anciãos e moribundos, ajudando assim no perdão dos pecados.
Normalmente é ministrado pelo “sacerdote” a pessoa que está à beira da morte. O
“sacerdote” unge os olhos, nariz, mãos e pés enquanto recita uma “oração
especial” em latim. Este ritual visa diminuir a quantidade de pecados da pessoa
devendo o restante ser “pago” pelos parentes através das missas.
Em nenhum lugar das Escrituras vemos a recomendação
para a realização desse ritual. O sangue de Cristo é suficiente para perdoar os
pecados e não precisa de “óleo sagrado” para aperfeiçoar este. Na Bíblia,
existe a recomendação de orar pelo enfermo com o uso do óleo (sendo o óleo
apenas um símbolo do Espírito Santo) mas não para o perdão dos pecados, e sim,
para cura do corpo. (Tg 5.14-16)
Santas ordens
Segundo o catolicismo é ato de conferir graça
especial e poder espiritual aos padres, bispos, arcebispos, cardeais e papas.
Fazendo destes sacerdotes, portanto, representantes de Cristo na terra. A idéia
do sacerdócio é do Antigo testamento, onde os sacerdotes basicamente exerciam
três funções:
1.ª) Ofereciam sacrifícios no santuário diante de
Deus em benefício do povo.
2.ª) Ensinavam a lei de Deus.
3.ª) Buscavam a vontade de Deus.
O sacerdócio era uma sombra ou tipo daquele que
haveria de vir – Cristo. Com a vinda de Cristo não há necessidade nenhuma de
sacerdotes. Em Hb 9.11 e 12 está escrito: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote
dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito de mãos,
isto é, não desta criação, nem por sangue dos bodes e bezerros, mas por seu
próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção”. E em Hb 9.24 está escrito: “Porque Cristo não entrou num santuário
feito por mãos de homens, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para
comparecer por nós perante a face de Deus.”
O sacerdote era uma espécie de mediador dos homens
diante de Deus. Hoje temos um único mediador: “Porque há um só Deus, e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Tm 2.5). Hoje cada
crente pode ir a Deus através de Cristo. “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis;
batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e o que busca,
encontra; e o que bate, se abre.” (Mt 7. 7 e 8). Diante dessas irrevogáveis
verdades bíblicas, pasmem com que está escrito no Concílio de Trento:
“O sacerdote é o homem de
Deus, o ministro de Deus... Aquele que despreza o sacerdote despreza Deus;
aquele que o ouve, ouve a Deus. O sacerdote perdoa pecados como Deus, e aquilo
que ele chama de seu corpo no altar é adorado como Deus por ele mesmo e pela
congregação... Está claro que a sua função é tal que não se pode conceber
nenhuma maior. Portanto, eles não são simplesmente chamados de anjos, mas
também de Deus, mantendo como fazer o poder e autoridade do Deus imortal em
nós.”
Pura blasfêmia! Ainda leia o que está escrito num
livro romano citado por Lorraine Boettner:
“Sem o sacerdote, a morte e
a paixão de nosso Senhor não teria nenhum valor para nós. Veja o poder do
sacerdote! Através de uma palavra dos seus lábios ele transforma um pedaço de
pão em Deus! Um fato maior que a criação do mundo. Se eu me encontrasse com um
sacerdote e um anjo, eu saudaria o sacerdote antes de saudar o anjo. O
sacerdote ocupa o lugar de Deus.” Pura blasfêmia!
Purgatório
A doutrina do purgatório teve o seu início no
Concílio de Florença (1439). Lá foi estabelecido a diferença entre o pecado
cometido e a tendência inata para o pecado. Chegando-se a conclusão que o
perdão (conseguido através da confissão ao sacerdote e a participação dos
sacramentos) acaba com o pecado, mas não acaba com a má tendência. Há portanto,
a necessidade do purgatório, um lugar intermediário entre o céu e a terra, onde
os fiéis que ainda tenham alguma dívida e a má tendência para o pecado, irão
sofrer no fogo do purgatório, até a purificação completa.
O autor John M. Haffert (livro: Saturday in
Purgatory) escreveu: “Não há menor dúvida que os sofrimentos do purgatório em
alguns casos duram através de séculos inteiros.” Sobre o sofrimento do
purgatório, o manual da sociedade do purgatório registra: “Segundo os santos
padres da igreja, o fogo do purgatório não difere do fogo do inferno, exceto
quanto à sua duração. É o mesmo fogo, diz S. Tomás de Aquino, que atormenta os
réprobos no inferno e o justo no purgatório. A dor mais amena no purgatório,
ele diz, ultrapassa os maiores sofrimentos desta vida. Nada além da duração
eterna torna o fogo do inferno mais terrível do que o purgatório.” Segundo os
católicos as orações e esmolas dos vivos e o “sacrifício da missa” ajudam a
diminuir o tormento do purgatório. Como será que os católicos encaram a morte?
Se eles pensam que depois da morte vão encarar o purgatório.
Os teólogos tentam basear a doutrina do purgatório
nos livros de Macabeus e em algumas passagens das Escrituras. Sabemos que
Macabeus é um livro apócrifo e espúrio. Quanto às passagens das Escrituras, os
católicos usam o fato de existir um pecado imperdoável (blasfêmia contra o
Espírito Santo) e a passagem de I Co 3.15. Quando Cristo chama a blasfêmia
contra o Espírito Santo de pecado imperdoável, não faz referência nenhuma ao
purgatório, que segundo os católicos seria, o lugar onde este pecado seria
perdoado. Pelo contrário, Jesus disse: “Não lhe será perdoado, nem neste século
nem no futuro” (Mt 12.32) e “nunca obterá perdão, mas será réu do eterno
juízo.” (Mc 3.29). Quanto a passagem de Coríntios, Paulo trata da questão dos
galardões e não da salvação. Tanto que mesmo que as obras se queimem “o tal
será salvo, todavia como pelo fogo.”
Quero destacar três argumentos bíblicos que liquidam
a doutrina do purgatório:
1.º) A
suficiência do sacrifício de Cristo
Não há como crer na suficiência do sacrifício de
Cristo e na doutrina do purgatório ao mesmo tempo. Só pode se crer em um e
descartar o outro. Cristo falou: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido” (Lc 19.10). Ele veio salvar, não se tem nenhuma
necessidade do purgatório para aperfeiçoar a salvação que Cristo trouxe. Paulo
escreveu: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo
Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (I
Tm 1.15). Cristo na cruz disse: “Está tudo consumado”, mostrando assim que
cumpriu a sua missão.
2.º) Nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo (Rm 8.1 e Jo 3.18).
3.º) É na
presente vida que a salvação ou a condenação é definida (Hb 9.27).
Observamos que o catolicismo não fica satisfeito com
nada. Não crê que o sacrifício de Cristo foi o suficiente para a nossa
salvação, nem fica satisfeito com a sua própria mirabolante doutrina dos
sacramentos. Para eles há necessidade do purgatório, enquanto a Bíblia é bem
mais simples afirmando que Cristo satisfez a justiça divina (Rm 3.21-26), não
havendo necessidade de mais nada.
O Papado
Os primeiros aspectos que quero analisar sobre o
papado são os títulos que estes carregam e as reivindicações que fazem para si.
A palavra “papa” vem do latim papa
que significa “pai”. Cristo foi bem claro que ninguém poderia ser chamado de
pai espiritual a não ser Deus: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque
um só é o vosso pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um
só é o vosso mestre, que é o Cristo.” (Mt 23.9 e 10).
O papa também é chamado de “doutor supremo de todos
os fiéis”, o que vai contra o que Cristo ordenou, citado logo acima. São muitos
títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega em seus ombros. Estarei
comentando mais alguns, tais como: “vigário
de Cristo”, “sumo-pontífice” e “santo padre”.
A palavra “vigário” quer dizer “substituto”. O papa
é chamado de “vigário de Cristo”, ou seja, “substituto de Cristo”. Cristo
afirmou claramente que o seu substituto na terra seria a pessoa do Espírito
Santo (Jo 14.16-18, Jo 15.26 e Jo 16.7 e 13). O título “pontífice”, que quer
dizer literalmente “construtor de pontes”, não veio da Bíblia mas do romanismo,
onde o imperador declarava-se o elo de ligação a Deus. O papa é chamado de
sumo-pontífice, ou seja, o máximo elo de ligação a Deus. É uma blasfêmia e
arrogância um homem se colocar nesta posição. Só Cristo é a ponte para Deus (Jo
14.6 e I Tm 2.5) e o cabeça da Igreja (Ef 1.22 e 23 e Cl 1.18). O título “santo
padre” quer dizer “santo pai”, ou obviamente “pai santo”. Sem dúvida alguma
este título só deve ser dado a Deus (Ap 15.4). Pois Deus não divide a Sua glória
com ninguém (Is 42.8). Para resumir as pretensões papais, quero citar o
catecismo de New York citado por Lorraine Boettner:
“O papa assume o lugar de
Jesus Cristo sobre a terra... Por direito divino o papa tem poder supremo e
total na fé e na moral sobre cada e todo pastor e seu rebanho. Ele é o
verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai e o mestre de
todos os cristãos. Ele é o governador infalível, o instituidor dos dogmas, o
autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do
mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, sendo julgado apenas
por um, o próprio Deus na terra.”
No apogeu do papado, foi “consagrado” ao papado o
monge Hildebrando que exerceu o papado no período de 1073 a 1075 como título de
Gregório VII. Assim que assumiu, Gregório VII publicou as suas máximas que
ficaram sendo conhecidas como “máximas de Hildebrando”. Segundo o autor Abraão
de Almeida (in: Lições da História) essas máximas são consideradas a essência
do papado. Este mesmo autor citas as máximas das quais transcrevi algumas:
Nenhuma pessoa pode viver debaixo do mesmo teto com
outra excomungada pelo papa. É o papa a única pessoa cujo os pés devem ser
beijados por príncipes e soberanos. A sua decisão não pode ser contestada por
ninguém e que somente ele pode revisar. A Igreja Romana nunca errou nem jamais
errará, como as Escrituras testifica (Leia Obadias nos versículos 3 e 4).
Pedro como o
primeiro papa
Vimos os títulos equivocados e arrogantes que o papa
carrega sobre si. Agora veremos que a própria existência do papado é uma
deturpação das Escrituras. É impossível abordar este assunto sem falar a
respeito do trecho bíblico em que os católicos se baseiam para firmar a
doutrina do papado: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”
(Mt. 16.13-20). Os católicos pegam esta afirmação de Cristo para afirmar que
Pedro é a pedra ou rocha em que Cristo fundamentou a sua igreja, sendo assim o
primeiro papa da igreja. Quando Cristo falou “...esta pedra...” não estava se
referindo a Pedro, mas sim à anterior declaração de Pedro a respeito de Jesus –
“Tu és o Cristo, O Filho do Deus vivo”. Cristo é a pedra fundamental da igreja.
Paulo afirmou: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já esta
posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3.11). No grego, a palavra Pedro é petros, do gênero masculino, enquanto
pedra ou rocha é petra, do gênero
feminino. O que Cristo disse: “Tu és Petros
(masculino), e sobre esta petra
(feminino) eu edificarei a minha igreja.”
Mostra-se assim que Cristo não estava falando de
Pedro como a pedra ou rocha, mas sim a respeito da declaração de Pedro – “Tu és
o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Se Pedro fosse a rocha, Cristo teria dito:
“sobre ti edificarei a minha igreja”, mas não disse. É interessante observar
que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30). Marcos por muito tempo foi
companheiro de Pedro e no seu evangelho há uma profunda influência do mesmo.
Pedro chamava Marcos de filho (I Pe 5.13). Pedro em nenhum momento disse de si
mesmo como a rocha ou pedra da igreja. Pelo contrário, sempre mostrou a Cristo
como a pedra: “Ele é a pedra que foi
rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posto como cabeça de esquina”
(At 4.11). Veja também I Pe 2.4-8.
Há também a afirmação católica que Pedro teria
recebido as chaves do céu. É outra deturpação das Escrituras, baseada em Mateus
16.19: “Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra
será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos
céus.” Não podemos entender a declaração de Cristo como se esta fosse somente
dirigida a Pedro, mas esta é dirigida a toda igreja. Veja Mateus 18.15 a 18.
Fica então patente aos nossos olhos que o ligar e desligar não refere-se apenas
a um homem, mas à toda igreja, que têm a Cristo como cabeça , “...o que tem a
chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7).
O que seria abrir e fechar ou ligar e desligar que Cristo fala que a igreja
realizaria com respeito as pessoas? O que se segue: quando a igreja prega o
evangelho, abre o reino; quando deixa de pregar, o fecha. Isto fica bem claro
quando observamos o “ai” de Cristo a respeito dos fariseus. “Mais ai de vós
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus;
e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.” (Mt 23.13).
Porque os fariseus fechavam o reino? Por não divulgarem corretamente as
Escrituras, o Antigo Testamento, naquela época. Veja: “ai de vós, doutores da
lei, que tiraste a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os
que entravam.” (Lc 11.52). Assim observamos que quando a igreja prega o
evangelho genuíno esta abre o reino dos céus, quando não, fecha o reino.
Ao analisarmos o trecho bíblico de Mt 16.13-20,
devemos partir para a análise da afirmação católica que Pedro foi o primeiro
papa. Se ele realmente foi o primeiro papa, o foi de maneira totalmente
diferente dos padrões papais. Há um abismo enorme entre Pedro e os seus
pretensos sucessores. A verdade é que Pedro não foi o primeiro papa e a
ordenação de um dirigente humano universal para a igreja está totalmente
contrária às Escrituras.
Jorge Buarque Lyra (in: Catolicismo Romano)
argumentou muito bem: “Poderia, acaso, de alguma forma, um homem ser fundamento
de uma obra divina? Se pudesse (admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de
ser divina.”
Vejamos as seguintes características de Pedro:
1.ª) Pedro
não era celibatário. Tanto que teve sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). O
papa é celibatário, sendo o celibato uma imposição a todo o clero. Em I Timóteo
está escrito: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de
demônios; ...proibindo o casamento.”
2.ª) Pedro
era pobre. “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro...” (At 3.6). O papa
está cercado de riquezas.
3.ª) Pedro
nunca esteve em Roma. Não é interessante observar que o chefe da igreja de
Roma nunca esteve em Roma? Os católicos lançam mão de fontes extra-bíblicas
para afirmar que Pedro esteve em Roma.
4.ª) Pedro
nunca consentiu que ninguém se ajoelhasse a seus pés. “E aconteceu que,
entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o
adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.”
(At 10.25 e 26). O papa constantemente recebe este tipo de reverência e
adoração.
5.ª) Pedro
não era infalível. “E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara,
porque era repreensível. Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de
Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se
apartando deles, temendo os que eram da circuncisão.” (Gl 2.11 e 12). O papa é
considerado infalível. A infalibilidade papal foi definida e aceita
oficialmente em 1870 no Concílio do Vaticano I. A Igreja Católica demorou 1870
anos para considerar o papa infalível. É importante observar que não foi Deus
que decidiu mas foram homens pecadores reunidos que chegaram a conclusão que o
papa era infalível. Na Bíblia está escrito: “porque todos pecaram e destituídos
da glória de Deus” (Rm 3.23) e ainda está escrito que quando dizemos que não
temos pecado fazemos a Deus mentiroso. Veja: “Se dissermos que não pecamos
fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós.” (I Jo 1.10).
6.ª) Pedro
não tinha a primazia na igreja. Observe o que Pedro escreveu: “Aos
presbíteros, que estão entre vós, que sou também presbítero como eles e
testemunha das aflições de Cristo...” (I Pe 5.1). Em At 8.14 está escrito: “Os
apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a
Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.” Note bem: não foi Pedro que
enviou alguns dos apóstolos, mas foram os apóstolos que lhe enviaram. Onde está
a primazia de Pedro? Em At 11.1-18 vemos Pedro justificando-se perante a
igreja. Quero destacar principalmente o versículo 2: “E subindo Pedro a
Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão.” Enquanto que a
igreja Católica afirma que as decisões do papa não podem ser questionadas.
Mariolatria
Entre os inúmeros pontos de divergências que existem
entre Católicos Romanos e Evangélicos, um se destaca: Maria. Os católicos
praticam a adoração à Maria, dando um maior destaque à mesma do que a Cristo.
Já os evangélicos a consideram como um exemplo de vida cristã e humildade.
Paulo deixou a advertência: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e
honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém.” (Rm 1.25) Maria é criatura. Cristo é Criador. “Porque nele
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam povos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades:
tudo foi criado para Ele e por Ele.” (Cl 1.16)
Veremos, neste estudo que as doutrinas católicas em
relação à Maria carecem totalmente de base nas Escrituras. São doutrinas
criadas por homens influenciados pelo paganismo. Adolfo Robleto escreveu bem:
“Os egípcios tinham sua deusa Ísis; os fenícios, sua Astarte; os caldeus, sua
Semíramis; os gregos, sua Ártemis; de maneira que o romanismo escolheu sua
deusa feminina, e Maria foi a mais adequada para o caso.”
A Mariolatria católica está sustentada no seguinte
tripé:
1.ª) Imaculada
Conceição de Maria, 2.ª) Perpétua
virgindade de Maria e 3.ª) Assunção
de Maria.
Imaculada
Conceição de Maria
Este dogma afirma que Maria nasceu sem pecado, ou
seja, ela não herdou a mancha do pecado original, e ainda se manteve sem pecado
por toda a sua vida. Atribuem assim à Maria um atributo divino – a
impecabilidade. Maria não poderia pecar e nunca pecou, segundo o catolicismo.
Este dogma só foi aceito oficialmente em 8 de
dezembro de 1854, quando o papa Pio IX proferiu o seguinte:
“Declaramos e definimos que
a bem-aventurada virgem Maria desde o primeiro momento de sua concepção, foi
reservada imaculada de toda mancha do pecado original, por graça singular e
privilégio do Deus Onipotente, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, o
Salvador da humanidade, e que esta doutrina foi revelada por Deus e, portanto,
deve ser firmemente e constantemente crida por todos os fiéis.” Com base neste
dogma, a Igreja Católica celebra a festa da Imaculada Conceição.
É interessante observar que nem Maria sabia dessa
sua suposta imaculada conceição. No seu cântico diz: “e o meu Espírito se
alegra em Deus, meu Salvador.” (Lc 1.47). Só um pecador é que necessita de um
Salvador. Ela falou “...Deus meu Salvador”. Quando depois do nascimento de
Cristo, Maria levou as duas ofertas que a lei mandava, a oferta queimada e a
oferta pelo pecado. (Lc 2.22-24 e Lv 12.6-8). Mas se não tinha pecado, para que
levar as ofertas? Nas Escrituras, em nenhum momento, se afirma que Maria não
cometeu pecado. Pelo contrário: “Pois todos pecaram e destituídos da glória de
Deus.” (Rm 3.23); “Não há um justo, nem sequer um.” (Rm 3.10). Só Cristo é
identificado como o único sem pecado. “Aquele que não conheceu pecado, Ele o
fez pecado por nós: para que nele fossemos feitos justiça de Deus.” (II Co
5.21).
Os católicos gostam de usar o texto de Gn 3.15: “E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”, para afirmar que Maria
pisou a cabeça da serpente, ou seja, a cabeça do Diabo. Quando a promessa fala
que é a semente da mulher (Jesus Cristo) que pisaria a cabeça da serpente. Veja
Hb 2.14: “...para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte,
isto é, o Diabo.” E I Jo 3.8: “...para isto o Filho de Deus se manifestou: para
desfazer as obras do diabo.” Fica claro que a promessa de Gn 3.15 refere-se a
Cristo, e não à Maria. Cristo é o que pisaria a cabeça da serpente.
A perpétua
virgindade de Maria
O segundo pé de apoio à doutrina católica sobre
Maria é a sua perpétua virgindade. Os católicos afirmam que Maria, em toda sua
vida, nunca conheceu sexualmente o seu esposo José. Fica evidenciado, nas
Escrituras, que até o nascimento de Jesus, Maria foi virgem. Mas afirmar que
ficou sempre assim é afirmar o que a Bíblia não afirma.
Em Mt 1.24 e 25 está escrito: “E José, despertando
do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher: e não
a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome
Jesus.” Há dois aspectos interessantes nestes versículos: 1º) O “...até...”;
mostra que José conheceu sexualmente Maria depois do nascimento de Cristo; e
2º) Jesus é chamado de primogênito, ou seja, Jesus é chamado de o primeiro
filho gerado por Maria, mostrando que Maria gerou outros filhos. Deus chama
Jesus de unigênito (Jo 3:16), ou seja, o único filho gerado. Fica claro que
Jesus é o único filho gerado por Deus e o primeiro filho entre os filhos de
Maria.
Em diversas passagens vemos que Jesus teve irmãos e irmãs. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Mc 6.3). Veja também Mt 13.54-56. Paulo chegou a afirmar que os irmãos do Senhor eram casados (I Co 9.5). Por sua vez, os católicos crêem que quando se fala em irmãos, na verdade, está se referindo aos primos de Cristo, e que estes são filhos de uma irmã de Maria. Os católicos identificam três dos irmãos de Jesus com três dos discípulos que tinham os mesmos nomes: Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelote; e Judas, filho de Tiago (Lc 6.15 e 16). O que é um tremendo equívoco, porque as Escrituras sempre mostram diferenças entre os discípulos e os irmãos do Senhor (Jo 2.12, Mt 12.46 e 47 e At 1.14) e a mais clara diferença está em Jo 7.5: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Isto é um cumprimento da profecia messiânica em Sl 69.8: “Tenho-me tornado como um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe.” Como pessoas que eram os discípulos do Senhor não iriam crer no Senhor? Mostra-se assim que estes discípulos não eram irmãos do Senhor.
Em diversas passagens vemos que Jesus teve irmãos e irmãs. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Mc 6.3). Veja também Mt 13.54-56. Paulo chegou a afirmar que os irmãos do Senhor eram casados (I Co 9.5). Por sua vez, os católicos crêem que quando se fala em irmãos, na verdade, está se referindo aos primos de Cristo, e que estes são filhos de uma irmã de Maria. Os católicos identificam três dos irmãos de Jesus com três dos discípulos que tinham os mesmos nomes: Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelote; e Judas, filho de Tiago (Lc 6.15 e 16). O que é um tremendo equívoco, porque as Escrituras sempre mostram diferenças entre os discípulos e os irmãos do Senhor (Jo 2.12, Mt 12.46 e 47 e At 1.14) e a mais clara diferença está em Jo 7.5: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Isto é um cumprimento da profecia messiânica em Sl 69.8: “Tenho-me tornado como um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe.” Como pessoas que eram os discípulos do Senhor não iriam crer no Senhor? Mostra-se assim que estes discípulos não eram irmãos do Senhor.
Nas referências do N. T. sobre os irmãos de Cristo,
a palavra grega que sempre é usada é adelfoV, adelphos (irmão), nunca se usou sungeneV, sungenes (parente) ou anhyioV, anepsiós (primos), palavra esta que
Paulo usou em Cl 4.10 e que foi traduzida corretamente como primo.
Os católicos estão indo contra a essência do
casamento quando afirmam que Maria e José nunca se conheceram sexualmente. A
relação sexual no casamento é algo lícito e aprovado por Deus. Além do mais os
católicos consideram o casamento como um dos sacramentos, caindo assim em
contradição. Veja Gn 2.24: “Portanto deixará o varão o seu pai e sua mãe, e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Paulo recomendou que a
abstinência sexual entre o casal durasse pouco tempo, em I Co 7.5: “Não vos
defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos
aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não
tente pela vossa incontinência.”
A assunção de
Maria
A teologia católica é uma verdadeira colcha de
retalhos, um remendo leva a outro. Como consideram que Maria foi concebida sem
pecado, e ainda que viveu sem pecar, chegaram a mirabolante conclusão que seu
corpo na morte não experimentou a decomposição e nem permaneceu na sepultura.
“Um abismo chama outro abismo.” Enquanto a profecia a respeito de Cristo diz:
“Nem permitiras que o teu santo veja corrupção” (Sl 16.11) com referências em
At 2.27-32 e At 13.33-37, fala a respeito do santo não ver a corrupção e nunca
a uma santa não ver a corrupção.
Os católicos
crêem que:
“No terceiro dia depois da
morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram ao redor de sua sepultura, eles
a encontraram vazia. O sagrado corpo fora levado para o paraíso celestial. O
próprio Jesus veio para levá-la até lá, toda a corte dos céus veio para receber
com hinos de triunfo a mãe do divino Senhor. Que coro de exultação! Ouçam como
eles cantam: Levantai-vos as vossas portas, ó príncipes, ó portas eternas para
que a Rainha da Glória possa entrar.” (descrição da tradição católica citada
por Lorraine Boettner).
É de deixar pasmo o fato da Igreja Católica criar um
dogma sem nenhuma base nas Escrituras. Nenhum dos apóstolos citam essa criação
fraudulenta. Depois de At 1.14 há um profundo silêncio nas Escrituras a
respeito de Maria, não se fala na morte e muito menos na assunção de Maria.
Como pode criar-se um dogma sem base nas Escrituras? Um dogma que só foi
elaborado em 1º de novembro de 1950 pelo mariólatra Papa Pio XII. As Escrituras
deixam claro que a glorificação dos santos só acontecerá depois da volta de
Cristo e não fala que Maria seria uma exceção. Veja I Co 15.20-23:
“Mas agora Cristo
ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim
como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um
homem. Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão
vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois
os que são de Cristo na sua vinda.”
Os católicos ainda crêem que ao chegar aos céus
Maria foi coroada “Rainha dos céus”. Este título nunca foi dado à Maria nas
Escrituras. Pelo contrário, a Bíblia condena este título, que tinha sido dado a
uma falsa deusa. “Os filhos apanham a lenha, e os pais ascendem o fogo, e as
mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem
libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7.18) Veja também Jr
44.17-23. Observamos que esse título mariano foi tirado de uma prática pagã
totalmente condenada pela Bíblia.
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